29 de janeiro de 2019

alcoba azul

La noche irá sin prisa
de nostalgia
Habrá de ser un tango
nuestra herida
Un acordeón sangriento
nuestras almas
Seremos esta noche
todo el día

Vuelve a mí
Ámame sin luz
En nuestra alcoba azul
Donde no hubo sol
para nosotros

Ciégame
Mata mi corazón
En nuestra alcoba azul
Mi Amor


voz: Lila Downs
letra: poeta mexicano Hernán Bravo Varela
música: Elliot Goldenthal



27 de janeiro de 2019

intento


intento da língua
também é caber
dentro da boca
em que saliva

língua solta
só se for quieta
dentro da boca
que é outra

língua na outra
é recíproco
cabe no que diz
em silêncio

algumas línguas
preferem não
a minha língua
prefere assim:

calada no céu
de uma boca
que joga saliva

dentro de mim. 



(imagem: Schiele)

26 de janeiro de 2019

22 de janeiro de 2019

céu. inferno. cagação de regras


um dia desses um amigo me mostrou um vídeo em que um pastor em uma igreja (não sei qual) falava sobre "céu e inferno" citando como exemplos uma lésbica que ele conhecia, o "movimento LGBT" e os "crentes". segundo o tal pastor, a tal lésbica usava bermudas (como se bermudas fossem roupas que somente homens usassem ou deveriam usar), tinha o cabelo curto (como se somente homens tivessem ou pudessem ter os cabelos curtos), mas que "todo mês ela menstruava pra Deus mostrar pra ela que ela é mulher". ainda segundo o tal pastor, "criticar o 'movimento LGBT' dá processo, mas criticar os 'crentes' leva pro 'inferno'", como se ele estivesse sendo muito corajoso por estar naquela igreja fazendo esse tipo de "crítica" (como se preconceito fosse apenas "crítica") que nem todos têm coragem de fazer e ao mesmo tempo dando a entender que ele estaria "livre do inferno" por ser "crente".

aí eu (me) pergunto: seguindo a lógica dos que creem em "céu e inferno", são pessoas como esse pastor (que usam a Bíblia como uma arma de justificativa para os seus preconceitos e ignorâncias) que vão para o "céu"? vão para o "céu" somente aqueles que não errarem, não julgarem, não condenarem outras pessoas e se arrependerem de todos os seus "pecados" e não cometerem mais nenhum? então vamos TODOS para o "inferno", afinal não existe nem uma pessoa no mundo que não erre e não siga de alguma forma errando, que não cometa algum "pecado", inclusive essas pessoas que, como esse tal pastor, erram achando que estão certas, o que é pior ainda, pois não admitem, nem sequer conseguem enxergar, que erram, que estão erradas. 

há tanta gente por aí que se julga superior somente pelo fato de ser heterossexual, por exemplo, ou porque se veste de determinada maneira "mais benquista na sociedade", ou por qualquer outra razão estúpida e superficial. mas o fato é que quaisquer pessoas, mesmo aquelas que se julgam encaixadas dentro de padrões de comportamento ditos normais para o "merecimento do 'céu'", se não erram de uma determinada forma, erram de outra, não há nem sequer uma pessoa que esteja livre disso, e podem falar o quanto quiserem sobre Deus, oração, meditação, redenção, gratidão (essa palavra em voga), o que for. há tantas pessoas cheias de virtudes autopropaladas, dando para si mesmas condecorações simbólicas de pessoas exemplares, espiritualizadas, etc., mas que muitas vezes estão por aí com suas línguas que não cabem dentro de suas bocas, cagando regras sobre a vida alheia, apontando seus dedos na cara dos outros (ou fazendo isso de modo figurado através de um teclado de computador ou telefone celular), talvez porque lhes pareça algo irresistível, como abutres diante da carniça. 

muito tempo atrás ouvi em algum lugar a seguinte frase: ninguém é tão bom que mereça 10 nem tão mau que mereça 0. sempre pensei que fazia, faz, sentido. até mesmo Madre Teresa, por exemplo, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, proclamada santa pelo Papa Francisco, tinha um lado obscuro: ela tinha ligação com ditadores, recebeu milhões em doações que foram muito criticadas, como as de Charles Keating, preso pela maior fraude financeira da história dos EUA até finais dos anos oitenta (quando Keating foi preso, em vez de devolver o dinheiro, Madre Teresa pediu misericórdia no tribunal), dizia que os pobres e doentes de sua instituição receberiam o amor de Deus através do sofrimento, mas, quando ela adoeceu, recorreu a serviços de saúde caros.

e o que dizer, por exemplo, sobre Bolsonaro, então, que está BEM longe de ser santo? há anos dando os mais diversos tipos de declarações absurdas, exaltando torturadores, e agora com gente da família envolvida em esquema de lavagem de dinheiro (o verdadeiro Deu$ dessa família), e somente porque fala em Deus o tempo todo serve de bom exemplo para esses tais pastores e seus seguidores? Seguidores que, pelo visto, não sabem separar "o joio do trigo", gente que parece não ter capacidade alguma de discernimento, e um outro exemplo atual disso é o caso de João "de Deus", que, mesmo com mais de 500 denúncias de abuso contra ele, ainda há quem duvide de seus abusos e se diga seu seguidor. 

mesmo que todos tenhamos sombras, um lado obscuro, mesmo que todos errem, já tenham errado e, de uma forma ou de outra, vão continuar errando, há gente que insiste em "cuspir" e "jogar bosta" apenas na Geni, como na música de Chico Buarque, ou apenas nas lésbicas de cabelos curtos e que usam bermudas, nos gays, nos bissexuais, nas prostitutas, nas travestis, etc., porque há gente que pensa estar em cima de um pedestal e se acha no direito de cagar regras sobre a vida alheia. mas para esses que estão com seus dedos sempre em riste prontos para apontarem na cara dos outros, convém lembrar: há coisas mais interessantes para se fazer com os dedos. para todos, os que gostam ou não gostam da Bíblia, mas principalmente para os cagadores de regra (porque às vezes é necessário lembrar para alguns de algumas das palavras do livro que eles mesmos dizem, da boca para fora, seguir), deixo aqui o seguinte trecho:


1 Não julgueis, para que não sejais julgados. 2 Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. 3 E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? 4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? 5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. (Mateus 7:1-5)

15 de janeiro de 2019

Literatura & Fechadura

3 dos meus poemas foram publicados na revista digital Literatura & Fechadura. quem costuma visitar este blog já leu os poemas, mas para os que ainda não conhecem a revista e queiram conhecê-la, deixo aqui o link:

www.literaturaefechadura.com.br

11 de janeiro de 2019

luz do sol

(sol e eu)

luz do sol
que a folha traga e traduz
em verde novo
em folha, em graça, em vida
em força, em luz
céu azul que vem
até onde os pés tocam a terra
e a terra inspira e exala seus azuis
reza, reza o rio
córrego pro rio e o rio pro mar
reza a correnteza
roça a beira, doura a areia
marcha o homem sobre o chão
leva no coração uma ferida acesa
dono do sim e do não
diante da visão
da infinita beleza
finda por ferir com a mão
essa delicadeza
a coisa mais querida
a glória da vida

luz do sol
que a folha traga e traduz
em verde novo
em folha, em graça, em vida
em força, em luz

(Caetano Veloso)




9 de janeiro de 2019

litosfera

dividimos em pensamentos
nosso mundo - conferindo-nos
asas que nos movem e raízes
que nos aprofundam
na realidade de uns solos
e uns sonhos, grandes
territórios não mapeados -
e desde há muito,
também, rente às retinas,
o peso avaliado das coisas:
rochas, vulcões, Américas,
indígenas, linhas de Nazca,
moais, Taj Mahal, castas,
ossos de dinossauros,
Mona Lisa sorrindo
atrás do vidro,
tectônicas placas
em movimento:
um planeta inteiro
- em camadas -
(n)a nossa percepção.

7 de janeiro de 2019

bumerangue

se o que eu escrevo
acaba te alcançando,
não é porque te miro:
é porque tu te miras
em mim e me erras
em ti acertando.

5 de janeiro de 2019

azul e rosa: "afinal, existe a tal 'ideologia de gênero'?"

(nova era no Brasil:
meninos vestem azul,
meninas vestem rosa.
e quanto aos cabelos e tênis azuis?)


Damares Alves, a "Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos" do governo de Boçalnaro, aquela que viu Jesus na goiabeira, disse que uma "nova era" começou no Brasil: "meninos vestem azul e meninas vestem rosa". Damares, tal qual o novo presidente do Brasil, é uma pessoa de mente "muito evoluída", com ideias "nada retrógradas", obviamente. Ela disse, depois da repercussão do caso, que estava fazendo apenas uma "metáfora contra a 'ideologia de gênero'", esse assunto tão em voga há algum tempo no Brasil e dias atrás também abordado pelo novo presidente que, em seu discurso ideológico de posse, disse que quer combater a "ideologia de gênero". Lembrei, por causa disso, de um texto (excelente) de Maíra Zapater, do site Justificando, escrito em 2015, mas que deveria ser lido, no momento atual, por todos, especialmente por aqueles que precisam abrir a mente sobre o assunto e essa expressão. Eis o texto intitulado "Afinal, existe a tal 'ideologia de gênero'?":

Para quem estuda as questões de gênero há algum tempo, é certamente curiosa a proporção que os debates sobre o tema vêm tomando ultimamente: antes restrito a alguns espaços acadêmicos ou militantes, o assunto vem ocupando pautas do STF com julgamentos sobre o direito de pessoas trangêneras usarem este ou aquele banheiro em espaços públicos, é cobrado de estudantes na prova do ENEM, leva mulheres às ruas para questionarem propostas legislativas que retrocedem na conquista de direitos e leva a alterações legislativas criando figuras penais controversas como o feminicídio.

Todos esses pontos guardam correlação com as chamadas “discussões sobre gênero”. Esses debates se originam a partir da percepção dos diferentes lugares sociais ocupados por homens e mulheres. A diferença não seria problema se esta não se materializasse muitas vezes em desigualdades: nos mais diversos contextos sociais e culturais é possível notar que este fato, por muitas vezes, chega a corresponder a direitos e deveres também distintos, estabelecidos em decorrência do sexo natural, que, por muito tempo, imaginou-se ser determinante das mentes e almas de seus portadores. As teorias desenvolvidas sobre as origens destes lugares sociais diferentes para homens e mulheres (chamadas "teorias de gênero”) desnaturalizam estes comportamentos, temperamentos e condutas atribuídos aos sexos biológicos, demonstrando serem eles frutos de construções culturais, e, portanto, afetadas pelos mais diversos fatores.

Estes estudos vêm sendo desenvolvidos em várias áreas do conhecimento (medicina, psicologia, antropologia, filosofia) principalmente a partir da década de 1970, no contexto da revolução sexual e dos costumes, com o objetivo de separar o conceito de sexo biológico do conceito de gênero: o primeiro seria um fato dado, biológico, enquanto o segundo corresponderia a uma categoria social, ou seja, ao conjunto de atributos que formam os papéis que devem ser desempenhados (ou, ao menos, assim se espera) por homens e mulheres de acordo com seu sexo biológico. Assim, algumas das principais questões debatidas nas teorias de gênero podem ser extraídas da assertiva: “a natureza está para a cultura assim como o sexo está para o gênero”.

Em outras palavras – e procurando simplificar para melhor compreensão – estudar questões de gênero é, acima de tudo, observar a miríade de possibilidades do que se considera “coisa de homem” e “coisa de mulher” nas muitas culturas ao redor do mundo e ao longo da História. Para ficar em um exemplo bem concreto (e até simplório, admito, mas simplicidade pode ajudar muito a clarear as ideias em tempos tão obscuros e complexos), esta humilde colunista certamente não teria espaço para expor suas reflexões em um veículo de comunicação, digamos, 70 anos atrás. Pensar e expor suas ideias era, antes do advento dos movimentos feministas, “coisa de homem”. Um outro exemplo tão singelo quanto ilustrativo está nas formas de se vestir e de se portar: desde há muito cabelo comprido deixou de ser “coisa de mulher” e cabelo curto “coisa de homem”. E calças compridas? Ainda que os tribunais brasileiros tenham vetado o uso desta peça para mulheres até os primeiros anos do século XXI, até mesmo nossas vetustas cortes entenderam que "o mundo mudou". A mentalidade vigente – expressada pela cultura – modificou-se.

Esse é o embate fundamental: afirmar que o que se considera “ser homem”/ “ser mulher” (e todos os desdobramentos relativos a orientação sexual e performance de gênero) é uma construção cultural e não uma determinação da natureza, implica que as certezas que se têm a respeito de tais definições não são tão certas nem tão definidas.

"Mas homem é homem, e mulher é mulher”, dirão alguns, atônitos. Sim, sem dúvida: o problema é que aquilo que se entende por “ser homem” ou “ser mulher” encontra muitas concepções diferentes na existência humana. Será válido sustentar que há concepções “certas" ou “erradas” do que é “ser homem” ou “ser mulher"? E mais: será válido estabelecer direitos diferentes em decorrência deste julgamento?

Procurar compreender como se formam os ideais do que é “ser mulher” ou “ser homem" não é negar as diferenças entre um e outro – sim, homens são diferentes de mulheres! E também mulheres são diferentes entre si, e homens são diferentes entre si. Mas serem diferentes entre si não acarreta haver qualquer hierarquia entre as diferenças: ainda no campo dos exemplos simples, gosto de pensar que maçãs são diferentes de laranjas, o que não torna uma maçã melhor do que uma laranja. O mais relevante disso tudo, em meu entender, é a compreensão de que as diferenças não podem ser traduzidas em valorações hierárquicas.

A hierarquização de diferenças é o primeiro passo para a produção de injustiças: ensinar por gerações que há coisas e lugares “de homem”e “de mulher” ajuda a conservar conceitos e perpetuá-los em ações: nesse universo de valores hierarquizados conforme o sexo (que é, neste contexto, confundido com o gênero), nada melhor que "ser macho”, e nada pior que “ser mulherzinha”. Essa valoração perversa ensina, de geração em geração, que é compreensível que um rapaz censure sua namorada por usar certo tipo de roupa (pois mulher que usa roupa “de puta” estaria em uma escala “inferior” de mulher, e cabe ao seu homem determinar que ela não deve se portar como tal), ou que “não levar desaforo pra casa é coisa de macho” (e aí aquele que evita a violência física é “menos macho”, e “ser macho” nessa ordem hierárquica é considerado o topo da cadeia de valores positivos). Ensina que “que gay precisa apanhar pra virar macho” (sendo a homossexualidade hierarquizada como algo “ruim", e que deve ser “melhorada” e transformada em “macheza") e que “macho traído tem que lavar sua honra com sangue se não quiser ser corno” (pois o homem que não controla sua mulher é, neste contexto, “menos macho”).

Essas ideias acima exemplificadas do que é “ser homem” ou “ser mulher” não decorrem da genitália com a qual o indivíduo nasceu (nem de seus hormônios, ou de seus cromossomos XX e XY), mas sim são passadas de geração em geração, variando de um lugar para outro, sempre sob o risco de se conservarem injustas quando não questionadas.

É exatamente este tipo de questionamento que se pretende fomentar com a introdução de discussões sobre gênero e diversidade sexual no currículo escolar. São essas variantes históricas e culturais que se pretende estudar.

Por isso, nada mais equivocado do que alguns grupos sociais têm chamado de “ideologia de gênero”. A própria expressão carrega equívocos que evidenciam o pouco (ou nenhum) conhecimento de quem a cunhou sobre o tema, e por isso é importante tentarmos compreender do que falam aqueles que afirmam lutar contra essa tal “ideologia”.

Embora haja diversas concepções para a palavra “ideologia”, inicio sua problematização pela acepção semântica: é o termo que designa o conjunto de ideias, convicções e princípios filosóficos, sociais ou políticos que caracterizam o pensamento de um indivíduo, grupo, movimento, época, sociedade. No senso comum, o termo “ideologia" é frequentemente empregado para identificar situações nas quais pessoas são persuadidas por meios escusos a adotar convicções sem que lhes seja dada qualquer possibilidade de crítica sobre o posicionamento adotado de forma impositiva.

Seria possível usar uma coluna inteira aqui do Justificando apenas para dissertar sobre os seus muitos significados – e usos históricos, especialmente nos regimes autoritários e/ou totalitários. Mas, definitivamente, nenhum deles faria qualquer sentido na expressão “ideologia de gênero”: propor o estudo de questões de gênero nas escolas (e mesmo sua abordagem nos meios de comunicação) não significa, em absoluto, persuadir ninguém a coisa alguma. Não implica “incentivar" meninos a “serem" meninas, ou vice-versa (e, supondo que isso fosse um problema). E, menos ainda, o estudo das questões de gênero tem algo a ver com o “estímulo à pedofilia” ou “sexualização precoce” de crianças – aliás, confesso que esse salto hermenêutico, sinceramente, desafia minha capacidade de compreensão.

Refletir sobre as construções dos papeis de gênero é refletir sobre a possibilidade e o direito de se ser o que se é. E que “ser homem” e “ser mulher” pode ter muitos significados diferentes, e que esses jeitos de ser não se vinculam a orientações sexuais nem este ou aquele comportamento ou aparência, mas significa, acima de tudo, que toda e qualquer pessoa, independentemente de como se manifeste nesta seara, tem direito a ter direitos. E, principalmente, o direito de não sofrer violência.

Não há razão para temer discutir questões de gênero – mas me apavoram os prováveis desdobramentos de perpetuarmos o silenciamento desse debate.


Maíra Zapater é graduada em Direito pela PUC-SP e Ciências Sociais pela FFLCH-USP. É especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Escola Superior do Ministério Público de São Paulo e doutoranda em Direitos Humanos pela FADUSP. É professora e pesquisadora. 

1 de janeiro de 2019

Amaité poesias & cia.

alguns dos meus poemas foram publicados no Amaité, blog da poeta, ficcionista e editora Jandira Zanchi, autora dos livros A Janela dos Ventos (Editora Singularidade, 2017), Área de Corte e Gume de Gueixa (Editora Patuá, 2016 e 2013) e Balão de Ensaio (Editora Protexto, 2007) e integrante do conselho editorial da revista virtual mallarmargens. para quem quiser conferir meus poemas lá no Amaité, e assim também conhecer o blog (para quem ainda não conhece, vale muito a pena!), deixo aqui o link: