Nestas terras, a cabeça do deus Eleguá leva a morte na nuca e a vida na
cara. Cada promessa é uma ameaça; cada perda, um encontro. Dos medos nascem
as coragens; e das dúvidas, as certezas. Os sonhos anunciam outra realidade
possível e os delírios, outra razão.
Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos. A identidade
não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese
das contradições nossas de cada dia.
Nessa fé, fugitiva, eu creio. Para mim, é a única fé digna de confiança,
porque é parecida com o bicho humano, fodido mas sagrado, e à louca aventura de
viver no mundo.
O livro dos abraços / Eduardo Galeano
tradução de Eric Nepomuceno
Coleção L&PM Pocket, 2015.
Olá, Ulisses!
ResponderExcluirSó conheço de nome o livro referido aqui, mas pelo excerto que aqui passaste, tem, certamente, muito interesse. É preciso pôr as nossas consciências a bulirem.
O mundo, as pessoas são tão contraditórias, e parece que são "felizes" qdo estragam a felicidade, mínima que seja, do outro(a).
América, um continente com imensos paradoxos. Tenhamos esperança em dias e pessoas melhores.
Beijos e bom fim de semana (em Portugal, é feriado dia 05, comemora-se a Implantação da República, 1910, portanto, fim de semana alargado).
Es un libro maravilloso como el pensamiento de Eduardo Galeano en general, que nos hace volver una y otra vez sobre nuestros propios pasos y ver la vida y las situaciones que acontecen desde otra mirada, muchas gracias por traerlo en esta síntesis lectora, un abrazo y que tengas un bonito fin de semana
ResponderExcluirNão li.
ResponderExcluirMas parece ser interessante.
Obrigado pela partilha.
Bom fim de semana, caro Ulisses.
Abraço.
Não conhecia o livro, mas parece-me muito interessante!
ResponderExcluirBem haja pelas palavras deixadas no meu blog. Gostei de ler a sua partilha.
ResponderExcluirBom fim de semana.
É um dos textos que mais gosto desse livro maravilhoso. Grande Galeano! Faz algum tempo que não leio, ainda tenho comigo aquela edição mais antiga que comprei quando você me indicou aqui em São Paulo. "Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos", lembro dessa frase citada naquele seu poema chamado "animalium", que eu adoro. Abraço!
ResponderExcluirToda uma vivência que transportou para a enorme obra literária com as irrequietudes que lhe eram tão peculiares .
ResponderExcluirAqui, um excerto empolgante, como empolgante tudo o que escrevia .
Precisamos de mais Galeanos, Ulisses.
Tão oportuna escolha
Beijinho 😘
Galeano, tem poemas, pensamentos, frases, vídeos! Aprecio imenso o que diz; é de uma verdade que nos atravessa como uma lança, não se pode fugir do sentido. Uma vez apanhados, apaixonamo-nos.
ResponderExcluirDesconheço este livro.
Nunca o mundo foi tão cheio de contradições como no presente. Não é só a América Latina. Em todo o lado, há afirmações/ ações e o seu oposto!
Agora, que o bicho humano deveria ser melhor, após toda a evolução, afinal já chegamos aos séc 21. E, parece que o Eça é visionário, não, não é visionário, o homem não mudou nada. Nada!
Um abraço
"Nessa fé, fugitiva, eu creio."
ResponderExcluirEduardo Galeano ficará comigo. Um autor que procurarei nas livrarias.
Grata, Ulisses.
Beijo.
Muy interesante y reflexivo, el ser humano es contradicción por naturaleza.
ResponderExcluirGracias por compartir Ulisses y gracias por tu visita y comentario en mi blog, un placer
"Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos",
ResponderExcluirRetenho esta frase, porque ela comporta uma realidade que a cada dia, inegavelmente se confirma! Conheço razoavelmente a obra de Galeano. Um mestre!
Verdadeiramente obstinado pelas suas convicções, insaciável na busca, alguém que se expande e, sem se dividir, se ramifica em múltiplos pensamentos.
Não li ainda este seu livro. Vou, sem dúvida, adquiri-lo!
A minha gratidão Ulisses.
Abraço.
Eduardo Galeano es un gran autor y para muestra el extracto que sacas de su obra. Muy acertado Ulisses.
ResponderExcluirUn saludo desde España.
Não conheço o livro, mas fiquei com curiosidade de o ler.
ResponderExcluirTudo de bom.
Bj
Fiquei com vontade de ler.
ResponderExcluirUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Los dos post que tienes seguidos son de mis dos utópicos favoritos, me dió mucha pena cuando murió Galeano pero Quino me partió el corazón, es como que me han dejado huérfana de utopías.
ResponderExcluirAbrazote utópico.-
Todas las experiencias, son vivencias que fortalecen la personalidad.
ResponderExcluirCuando se vencen los miedos, te hacen sentir más fuerte y eso hace saber aafrontarlo y lograr vencerlos.
Besos
Eu leio Galeano pouco, mas sei que ele é um escritor muito bom.
ResponderExcluirGostei do que ele disse sobre fazer as coisas para não ser o que somos. Abraço.
Todos sus libros son joyas!
ResponderExcluirGracias por tu visita Ulisses.
Saludos.
Uma excelente sugestão de leitura... com esta leitura do mundo... profunda, desempoeirada e plena de autenticidade!... Um autor a que darei atenção, futuramente, para melhor conhecer a sua obra!...
ResponderExcluirBeijinhos! Boa semana!
Ana
No leí ese libro de Galeano. Pero si otros de él.
ResponderExcluirMe parece por el texto que extrajiste que si bien debe ser un libro muy crítico, debe tener mucho optimismo. Al menos más que "Las venas abiertas de América Latina"
Y ahora que suena Marley tengo ganas de escuchar música Oriental (uruguaya) Tendrá que esperar que termine Exodus jajaa
Abrazos
Boa noite Ulisses,
ResponderExcluir"Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos". Não conheço o livro, nunca li Galeano, mas a frase em destaque falou pelo autor do livro. Estarei a procura da obra.
Votos de um ótimo fim semana.
Abraço.
"Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos. A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia.
ResponderExcluirNessa fé, fugitiva, eu creio. Para mim, é a única fé digna de confiança, porque é parecida com o bicho humano, fodido mas sagrado, e à louca aventura de viver no mundo."
Isso é maravilhoso!!