5 de dezembro de 2018

no jornal Zero Hora



mais um poema meu foi publicado no jornal Zero Hora (quarta-feira, dia 5),
dessa vez o poema "dos devires":


nada é. 
tudo está. 
as chagas, as árvores, 
as fachadas das casas, 
das igrejas, 
os lençóis sujos dos puteiros, 
a saliva dos monges, 
as línguas bifurcadas das cobras, 
dos seres vivos
à matéria inorgânica, 
tudo denuncia
a passagem do tempo:
existir é transmutar. 

22 comentários:

  1. Cada um, e cada coisa... é como é...
    Talvez um dia... o mundo se tolere, a si mesmo... e se permita a uma existência mais pacífica...
    Um excelente poema! Muitos parabéns, pelo destaque!
    Continuação de muito sucesso, para os seus trabalhos, Ulisses!
    Tudo de bom! Abraço!
    Ana

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    1. Tudo de bom pra ti também, Ana, obrigado, outro abraço.

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  2. Linda tua poesia e que bom estar no nosso jornal Z Hora! Parabéns! abraços, chica

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    1. Obrigado, Chica, sempre cheia de gentileza, abraços pra ti também.

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  3. Dando os ares no jornal mais uma vez!!! Lembro de quando uns anos atrás foi publicado pela primeira vez um poema seu no jornal, na época você ainda mantinha o outro blog e aquela coluna naquele site de literatura que era muito bom, só gente talentosa por lá.

    Sei que o jornal Zero Hora é um dos maiores jornais de circulação diária do Brasil, mas você por acaso faz ideia de qual a média de tiragem em um dia? Independente dessa curiosidade, muita gente com certeza leu seu poema, e é como eu já disse pra você, às vezes com pouco você diz muito, excelente mesmo o poema, Ulisses. "nada é. tudo está. existir é transmutar."

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    1. Não faço a menor ideia sobre a tiragem, Fábio, mas suponho que seja grande, pois de fato é um dos maiores jornais do país. Tua memória é mesmo boa, hein? Faz tempo isso! Valeu, Fábio, abraços. :)

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  4. Mais uma maravilhosa poesia... uma constatação da fria realidade!
    Precisamos de mais poetas como você, caro amigo...
    Um abraço!

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    1. Uma questão de perspectivas sobre a realidade. Obrigado, Sandra, abraços!

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  5. Devia haver mais poesia nos jornais.

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  6. Nada existe sem mudança...
    O poema é excelente, acho que mesmo para quem não está acostumado a ler poesia. Por isso, a publicação do seu poema no jornal terá reflexos positivos.
    Parabéns.
    Caro Ulisses, continuação de boa semana.
    Abraço.

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  7. A passagem do tempo é inevitável para todos e tudo.
    Belíssimo poema.
    Um abraço
    Maria
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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  8. Isso é maravilhoso, muitos parabéns!
    Que poema fantástico *-*

    r: Sim, é curioso constatar todas essas diferenças
    Adorei, a obra é genial - pelo menos, os primeiros três livros/filmes

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  9. P.S. Por acaso, não me importaria de trabalhar numa livraria :)

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    1. Trabalhei em uma livraria dentro de um centro cultural em São Paulo (morei lá durante um bom tempo) em que havia uma grande galeria de arte também, foi uma época muito boa para conhecer os mais diversos tipos de gente, além de estar rodeado diariamente pelos mais diversos tipos de livros!

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  10. há alguns anos, numa disciplina do curso de letras (acho que era 'fundamentos filosóficos da educação), o professor sempre repetia os dois primeiros versos do teu poema. eu internalizei tanto essa ideia (talvez fato) que não consigo escrever, pensar ou dizer alguma coisa que "sou" sem refletir muito antes. também não esqueço do Heráclito do ensino médio que se resumia a falar sobre a água que não passa de novo no mesmo rio.
    engraçado como o efeito desse pensamento em nós pode ser diverso dependendo da nossa fase. mas geralmente tendo a gostar dessa sensação mutabilidade. ou não hahah

    (a gente é acúmulo?)

    (resistir também é estar num jornal impresso por esses dias! te admiro.)

    beijos

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    1. Essas duas pequenas frases são, para mim, quase como uma espécie de mantra. Lembro também do que Heráclito escreveu, é uma boa ligação com essa ideia. E sim, eu gosto dessa sensação - independente dos nossos quereres, essa mutabilidade existe.

      Se a gente é acúmulo?

      ... só carrego mais ao fundo
      a poeira das sujeiras
      dos submundos das bagagens.

      E em um país - talvez em um mundo - onde as pessoas em geral "cagam pra poesia", como disse uma vez a Hilda Hilst, resistir também pode ser isso.

      Obrigado, Maria, beijos.

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  11. que incrível que saiu no jornal! sempre quis!

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