Augusto Pinochet e Alfredo Stroessner,
heróis de Jair Bolsonaro.
(Foto: Reprodução/YouTube)
por João Filho - The Intercept Brasil
A cerimônia de posse do novo diretor-geral da hidrelétrica de Itaipu tinha tudo para ser uma ocasião corriqueira na agenda de Bolsonaro. O ex-capitão nomeou um general para o cargo e aproveitou o evento para exaltar os ditadores brasileiros que participaram da construção da usina binacional junto com o Paraguai. Afirmou que Castello Branco foi “eleito em 1964″ e saudou Costa e Silva, Médici e Geisel. O último ditador militar, Figueiredo, foi merecedor de um afago especial: “saudoso e querido”. Nada de mais até aí. Prestar homenagens à ditadura militar é um cacoete do nosso presidente.
Mas o que era pra ser um evento trivial acabou ganhando destaque pela exaltação que o presidente brasileiro fez do general Alfredo Stroessner, o ditador sanguinário que comandou o Paraguai com mão de ferro por 35 anos (1954 – 1989), sendo o que mais tempo ficou à frente de um país na história do continente. “É um homem de visão e estadista, que sabia perfeitamente que seu país, Paraguai, só poderia progredir se tivesse energia. Então, aqui, a minha homenagem ao general Alfredo Stroessner”, discursou Bolsonaro para uma plateia de jornalistas, em sua maioria paraguaios.
Desnecessário dizer que o presidente brasileiro mentiu. O legado de Stroessner para o seu país é trágico sob qualquer ponto de vista, inclusive do econômico. Ariel Palacios, correspondente internacional que cobre América Hispânica e Caribe há 23 anos, relembrou no Twitter algumas das atrocidades do ditador que inspira o nosso presidente. Apresento algumas a seguir.
Foi Stroessner o grande responsável por transformar o Paraguai em um país marcado pelo contrabando. Durante seu regime, as Forças Armadas paraguaias eram incentivadas a participar do contrabando dos mais variados produtos — principalmente whisky e carros de luxos roubados — e do tráfico internacional de cocaína. “Ah, mas esse é o preço da paz” era o argumento do ditador paraguaio para justificar o envolvimento das suas tropas com o crime. Os altos lucros mantinham os militares — ou devemos chamar de milicianos? — satisfeitos.
O facínora paraguaio comandou o assassinato de aproximadamente 5 mil civis e, segundo a Comissão Verdade e Justiça do Paraguai, torturou cerca de 18.772 pessoas. Muitos opositores foram torturados e mortos. Alguns foram cortados ao meio por serra elétrica, outros queimados lentamente com maçarico. Talvez seja esse um dos pontos que mais encantam Bolsonaro, que já disse textualmente ser “favorável à tortura”.
Stroessner mantinha um campo de concentração perto da capital Assunção e protegeu criminosos de guerra nazistas como o médico Josef Mengele, o “Anjo da Morte”.
O “estadista de visão” foi também responsável por instalar uma “pedofilocracia” no governo paraguaio. Stroessner e parte da cúpula do regime cometeram uma série de estupro de menores, especialmente de meninas virgens. O ditador ordenava que seus assessores buscassem garotas entre 10 e 15 anos de idade para o seu desfrute. Exigia também que o plantel de meninas fosse renovado regularmente. Investigações do Departamento de Memória Histórica e Reparação do Ministério da Justiça em Assunção, Stroessner estuprava em média 4 crianças por mês. Uma dessas foi Julia Ozorio, sequestrada da casa dos seus pais por um coronel e mantida como escrava sexual de Stroessner durante três anos. Julia foi abusada também por oficiais, suboficiais e soldados. Ela relatou sua história em um livro chamado “Uma rosa e mil soldados”.
O bolsonarismo, que vê pedófilo até embaixo da cama, deveria explicar a exaltação que o seu grande líder fez de um abusador de menores em série dos mais cruéis que a humanidade já conheceu.
Mas no altar dos heróis de Jair Bolsonaro cabe muita gente. Há uma lista grande de ladrões, assassinos e torturadores que ganharam elogios públicos. O presidente da República tem muitos bandidos de estimação. Como bem lembrou Clóvis Rossi em sua coluna na Folha, “quem admira um torturador admira todos eles”.
PINOCHET
“Pinochet fez o que tinha que ser feito, porque no Chile havia mais de 30 mil cubanos. Então tinha que ser de forma violenta para reconquistar o seu país”, afirmou Bolsonaro no programa de TV de João Kleber. O ex-capitão nunca escondeu a admiração pelo ditador chileno. Quando Pinochet foi preso pelo governo britânico, o então deputado subiu à tribuna da Câmara para defendê-lo. Perguntou o que seria pior para um povo: “o que o general Pinochet talvez tenha feito no passado, exterminando, matando baderneiros, ou a democracia no país, que hoje mata milhões pelo descaso?”
Mas o chileno não ganhou fama internacional de monstro sanguinário por matar “cubanos” e “baderneiros”. Em 2011, um relatório publicado por uma comissão que investiga crimes da ditadura de Pinochet concluiu que 40 mil chilenos foram torturados ou assassinados. Mas para Bolsonaro, “Pinochet devia ter matado mais gente.”
O regime tinha um apreço especial por torturar e estuprar mulheres, sempre com requintes crueldade. O testemunho de uma das vítimas, revelado em 2004, é aterrorizador: “Fiquei grávida depois de um estupro e abortei na prisão. Levei choques elétricos, fiquei pendurada, fui afogada em um tonel de água, queimada com charutos. (…) Fui obrigada a tomar drogas, ameaçada sexualmente com cachorros, ratos vivos foram colocados na minha vagina. Também me obrigaram a ter relações sexuais com meu pai e meu irmão, que estavam detidos, e tive que ver e escutar as torturas deles. (…) Eles me puseram na grelha elétrica, fizeram cortes com uma espada no estômago. Tinha 25 anos. Fiquei detida até 1976. Não tinha nenhum processo.”
Pinochet foi autor do primeiro atentado terrorista internacional com bomba em Washington, capital dos EUA. Logo depois de derrubar o presidente eleito Salvador Allende com um golpe militar, uma das suas primeiras ações foi ordenar o assassinato de Orlando Letelier, ex-chanceler chileno, que estava exilado em Washington. Seu carro carregava uma bomba e explodiu a menos de 20 quarteirões da Casa Branca. O que diria o mais notável fã brasileiro de Pinochet sobre isso? “Fez o que tinha que ser feito?”
Ano passado, depois de investigação que durou 14 anos, a justiça chilena ordenou que a família de Pinochet devolvesse R$ 19,6 milhões aos cofres públicos. Boa parte do dinheiro roubado durante a ditadura estava escondido em 125 contas secretas nos EUA.
Em 2006, quando já se conhecia todas as atrocidades do chileno, o então deputado Jair Bolsonaro enviou telegrama em solidariedade ao neto do ditador, que havia sido afastado do Exército por fazer um pronunciamento no sepultamento do avô sem autorização.
A paixão do presidente brasileiro por Pinochet é grande. Quando o governo britânico prendeu o ditador, Jair Bolsonaro considerou uma injustiça e chegou a enviar um fax para Tony Blair, então primeiro-ministro britânico, pedindo a imediata libertação do ladrão, torturador, terrorista e assassino chileno.
FUJIMORI
Em 1991, Fujimori aplicou um autogolpe no Peru, fechando o Congresso e a Suprema Corte do país. Quatro anos depois, o ditador peruano veio ao Brasil e não foi recebido pelas principais autoridades brasileiras. José Sarney, presidente do Senado, Luís Eduardo Magalhães, presidente da Câmara, e Sepúlveda Pertence, presidente do STF, se recusaram a encontrá-lo como forma de protesto. Jair Bolsonaro, deputado do baixo clero, lamentou a decisão dos brasileiros e afirmou que Fujimori era um “homem digno”, que fazia um “excelente governo”.
Fujimori governou o Peru por dez anos (1990 – 2000) e comandou uma ditadura sanguinária. Perseguiu, sequestrou, torturou e matou opositores. Em entrevista para o New York Times em 1993, Bolsonaro disse que tem “simpatia por Fujimori” e que a saída para o Brasil seria a “fujimorização”.
A face mais cruel da “fujimorização” no Peru talvez tenha sido o programa de esterilização em massa. Em 2002, a investigação de uma comissão do Congresso peruano revelou que o governo obrigou 314 mil mulheres, a maioria indígenas, a fazerem laqueaduras.
A versão oficial era a de que o programa de esterilização era voluntário. Só as mulheres que quisessem receberiam a cirurgia do governo. Jair Bolsonaro, claro, comprou imediatamente a versão da ditadura peruana e elogiou o programa em declaração na Câmara: “Pela sua coragem, quero agora louvar o excelentíssimo Sr. Presidente do Peru, Alberto Fujimori, que implantou em seu país, como forma de conter a explosão demográfica, a esterilização voluntária”. No mesmo discurso, o então deputado, vejam só, culpou a Igreja Católica — “uma das grandes responsáveis pela miséria que grassa em nosso meio” — pelo aumento desordenado da população.
Em 2009, o ídolo peruano de Bolsonaro foi condenado a 25 anos de cadeia por corrupção e por comandar dois massacres contra civis, usados como justificativa para combater o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso. Fujimori se utilizava de esquadrões paramilitares — você pode chamar de milícias se quiser — para executar homicídios e sequestros. Esse é o homem que Bolsonaro considerava “digno” e que fez um “excelente governo”.
CORONEL BRILHANTE USTRA
O torturador Ustra talvez seja uma das grandes referências políticas do presidente da República. Não é à toa que o livro de memórias do coronel seja sua leitura de cabeceira. Ustra foi o líder das torturas durante o regime militar e o único torturador condenado pela Justiça. No período em que ficou à frente do DOI-CODI, órgão de repressão onde ficavam os presos políticos, 50 pessoas que estavam sob a custódia do Estado foram assassinadas.
Ele se destacava pelo sadismo e pela crueldade. Espancou grávida e torturou uma mãe na frente dos seus filhos. O vereador Gilberto Natalini (PV-SP) tinha 19 anos quando foi torturado pelo herói de Bolsonaro: “Enquanto me dava choques, Ustra me batia com cipó e gritava”.
A ex-presidente Dilma Rousseff também foi torturada por Ustra quando tinha 19 anos. Com muito sadismo, Bolsonaro o homenageou no famoso voto a favor do impeachment da ex-presidente: “o pavor de Dilma Rousseff”.
CORONEL LÍCIO AUGUSTO RIBEIRO MACIEL
Em 2012, o Ministério Público Federal moveu ação civil pública contra o coronel da reserva por prisão ilícita, tortura e homicídio de quatro militantes do Movimento de Libertação Popular (Molipo), que combatia a ditadura militar no Tocantins.
Lício se orgulha de ter comandado o fim da guerrilha do Araguaia e prendido o José Genoíno, seu principal líder, que afirma ter sido torturado durante meses após a prisão.
Em 2005, quando Genoíno foi prestar depoimento na CPI do Mensalão, Bolsonaro mais uma vez demonstrou o sadismo típico dos seus heróis: levou Lício no plenário para acompanhar o depoimento. Políticos de todos os partidos se revoltaram com a presença do coronel, mas Bolsonaro não se intimidou: “Ele é meu convidado, eu paguei a passagem de avião dele. É um direito meu.”
GRUPOS DE EXTERMÍNIO E MILÍCIAS
Em 2003, grupos de extermínio aterrorizavam a Bahia. Comandados em sua maioria por policiais e ex-policiais civis e militares, os grupos assassinaram centenas de jovens negros de periferia por supostamente terem cometidos crimes. Bolsonaro subiu ao plenário da Câmara e fez uma defesa apaixonada dos criminosos:
“Quero dizer aos companheiros da Bahia — há pouco ouvi um Parlamentar criticar os grupos de extermínio — que enquanto o estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o crime de extermínio, no meu entender, será muito bem-vindo. Se não houver espaço para ele na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro. Se depender de mim, terão todo o meu apoio, porque no meu estado só as pessoas inocentes são dizimadas. Na Bahia, pelas informações que tenho — lógico que são grupos ilegais —, a marginalidade tem decrescido. Meus parabéns”!
Em 2008, na CPI das Milícias, que pediu o indiciamento de 266 pessoas suspeitas de ligação com grupos paramilitares no Rio, Bolsonaro novamente saiu em defesa da bandidagem:
“Querem atacar o miliciano, que passou a ser o símbolo da maldade e pior do que os traficantes. Existe miliciano que não tem nada a ver com ‘gatonet’, com venda de gás. Como ele ganha R$ 850 por mês, que é quanto ganha um soldado da PM ou do bombeiro, e tem a sua própria arma, ele organiza a segurança na sua comunidade.”
Torturadores, homicidas, sequestradores, estupradores, corruptos e pedófilos. Os heróis do presidente da República não morreram de overdose, mas o inspiraram usando o estado para cometer os crimes mais odiosos, sempre em nome do bem.
A cerimônia de posse do novo diretor-geral da hidrelétrica de Itaipu tinha tudo para ser uma ocasião corriqueira na agenda de Bolsonaro. O ex-capitão nomeou um general para o cargo e aproveitou o evento para exaltar os ditadores brasileiros que participaram da construção da usina binacional junto com o Paraguai. Afirmou que Castello Branco foi “eleito em 1964″ e saudou Costa e Silva, Médici e Geisel. O último ditador militar, Figueiredo, foi merecedor de um afago especial: “saudoso e querido”. Nada de mais até aí. Prestar homenagens à ditadura militar é um cacoete do nosso presidente.
Mas o que era pra ser um evento trivial acabou ganhando destaque pela exaltação que o presidente brasileiro fez do general Alfredo Stroessner, o ditador sanguinário que comandou o Paraguai com mão de ferro por 35 anos (1954 – 1989), sendo o que mais tempo ficou à frente de um país na história do continente. “É um homem de visão e estadista, que sabia perfeitamente que seu país, Paraguai, só poderia progredir se tivesse energia. Então, aqui, a minha homenagem ao general Alfredo Stroessner”, discursou Bolsonaro para uma plateia de jornalistas, em sua maioria paraguaios.
Desnecessário dizer que o presidente brasileiro mentiu. O legado de Stroessner para o seu país é trágico sob qualquer ponto de vista, inclusive do econômico. Ariel Palacios, correspondente internacional que cobre América Hispânica e Caribe há 23 anos, relembrou no Twitter algumas das atrocidades do ditador que inspira o nosso presidente. Apresento algumas a seguir.
Foi Stroessner o grande responsável por transformar o Paraguai em um país marcado pelo contrabando. Durante seu regime, as Forças Armadas paraguaias eram incentivadas a participar do contrabando dos mais variados produtos — principalmente whisky e carros de luxos roubados — e do tráfico internacional de cocaína. “Ah, mas esse é o preço da paz” era o argumento do ditador paraguaio para justificar o envolvimento das suas tropas com o crime. Os altos lucros mantinham os militares — ou devemos chamar de milicianos? — satisfeitos.
O facínora paraguaio comandou o assassinato de aproximadamente 5 mil civis e, segundo a Comissão Verdade e Justiça do Paraguai, torturou cerca de 18.772 pessoas. Muitos opositores foram torturados e mortos. Alguns foram cortados ao meio por serra elétrica, outros queimados lentamente com maçarico. Talvez seja esse um dos pontos que mais encantam Bolsonaro, que já disse textualmente ser “favorável à tortura”.
Stroessner mantinha um campo de concentração perto da capital Assunção e protegeu criminosos de guerra nazistas como o médico Josef Mengele, o “Anjo da Morte”.
O “estadista de visão” foi também responsável por instalar uma “pedofilocracia” no governo paraguaio. Stroessner e parte da cúpula do regime cometeram uma série de estupro de menores, especialmente de meninas virgens. O ditador ordenava que seus assessores buscassem garotas entre 10 e 15 anos de idade para o seu desfrute. Exigia também que o plantel de meninas fosse renovado regularmente. Investigações do Departamento de Memória Histórica e Reparação do Ministério da Justiça em Assunção, Stroessner estuprava em média 4 crianças por mês. Uma dessas foi Julia Ozorio, sequestrada da casa dos seus pais por um coronel e mantida como escrava sexual de Stroessner durante três anos. Julia foi abusada também por oficiais, suboficiais e soldados. Ela relatou sua história em um livro chamado “Uma rosa e mil soldados”.
O bolsonarismo, que vê pedófilo até embaixo da cama, deveria explicar a exaltação que o seu grande líder fez de um abusador de menores em série dos mais cruéis que a humanidade já conheceu.
Mas no altar dos heróis de Jair Bolsonaro cabe muita gente. Há uma lista grande de ladrões, assassinos e torturadores que ganharam elogios públicos. O presidente da República tem muitos bandidos de estimação. Como bem lembrou Clóvis Rossi em sua coluna na Folha, “quem admira um torturador admira todos eles”.
PINOCHET
“Pinochet fez o que tinha que ser feito, porque no Chile havia mais de 30 mil cubanos. Então tinha que ser de forma violenta para reconquistar o seu país”, afirmou Bolsonaro no programa de TV de João Kleber. O ex-capitão nunca escondeu a admiração pelo ditador chileno. Quando Pinochet foi preso pelo governo britânico, o então deputado subiu à tribuna da Câmara para defendê-lo. Perguntou o que seria pior para um povo: “o que o general Pinochet talvez tenha feito no passado, exterminando, matando baderneiros, ou a democracia no país, que hoje mata milhões pelo descaso?”
Mas o chileno não ganhou fama internacional de monstro sanguinário por matar “cubanos” e “baderneiros”. Em 2011, um relatório publicado por uma comissão que investiga crimes da ditadura de Pinochet concluiu que 40 mil chilenos foram torturados ou assassinados. Mas para Bolsonaro, “Pinochet devia ter matado mais gente.”
O regime tinha um apreço especial por torturar e estuprar mulheres, sempre com requintes crueldade. O testemunho de uma das vítimas, revelado em 2004, é aterrorizador: “Fiquei grávida depois de um estupro e abortei na prisão. Levei choques elétricos, fiquei pendurada, fui afogada em um tonel de água, queimada com charutos. (…) Fui obrigada a tomar drogas, ameaçada sexualmente com cachorros, ratos vivos foram colocados na minha vagina. Também me obrigaram a ter relações sexuais com meu pai e meu irmão, que estavam detidos, e tive que ver e escutar as torturas deles. (…) Eles me puseram na grelha elétrica, fizeram cortes com uma espada no estômago. Tinha 25 anos. Fiquei detida até 1976. Não tinha nenhum processo.”
Pinochet foi autor do primeiro atentado terrorista internacional com bomba em Washington, capital dos EUA. Logo depois de derrubar o presidente eleito Salvador Allende com um golpe militar, uma das suas primeiras ações foi ordenar o assassinato de Orlando Letelier, ex-chanceler chileno, que estava exilado em Washington. Seu carro carregava uma bomba e explodiu a menos de 20 quarteirões da Casa Branca. O que diria o mais notável fã brasileiro de Pinochet sobre isso? “Fez o que tinha que ser feito?”
Ano passado, depois de investigação que durou 14 anos, a justiça chilena ordenou que a família de Pinochet devolvesse R$ 19,6 milhões aos cofres públicos. Boa parte do dinheiro roubado durante a ditadura estava escondido em 125 contas secretas nos EUA.
Em 2006, quando já se conhecia todas as atrocidades do chileno, o então deputado Jair Bolsonaro enviou telegrama em solidariedade ao neto do ditador, que havia sido afastado do Exército por fazer um pronunciamento no sepultamento do avô sem autorização.
A paixão do presidente brasileiro por Pinochet é grande. Quando o governo britânico prendeu o ditador, Jair Bolsonaro considerou uma injustiça e chegou a enviar um fax para Tony Blair, então primeiro-ministro britânico, pedindo a imediata libertação do ladrão, torturador, terrorista e assassino chileno.
FUJIMORI
Em 1991, Fujimori aplicou um autogolpe no Peru, fechando o Congresso e a Suprema Corte do país. Quatro anos depois, o ditador peruano veio ao Brasil e não foi recebido pelas principais autoridades brasileiras. José Sarney, presidente do Senado, Luís Eduardo Magalhães, presidente da Câmara, e Sepúlveda Pertence, presidente do STF, se recusaram a encontrá-lo como forma de protesto. Jair Bolsonaro, deputado do baixo clero, lamentou a decisão dos brasileiros e afirmou que Fujimori era um “homem digno”, que fazia um “excelente governo”.
Fujimori governou o Peru por dez anos (1990 – 2000) e comandou uma ditadura sanguinária. Perseguiu, sequestrou, torturou e matou opositores. Em entrevista para o New York Times em 1993, Bolsonaro disse que tem “simpatia por Fujimori” e que a saída para o Brasil seria a “fujimorização”.
A face mais cruel da “fujimorização” no Peru talvez tenha sido o programa de esterilização em massa. Em 2002, a investigação de uma comissão do Congresso peruano revelou que o governo obrigou 314 mil mulheres, a maioria indígenas, a fazerem laqueaduras.
A versão oficial era a de que o programa de esterilização era voluntário. Só as mulheres que quisessem receberiam a cirurgia do governo. Jair Bolsonaro, claro, comprou imediatamente a versão da ditadura peruana e elogiou o programa em declaração na Câmara: “Pela sua coragem, quero agora louvar o excelentíssimo Sr. Presidente do Peru, Alberto Fujimori, que implantou em seu país, como forma de conter a explosão demográfica, a esterilização voluntária”. No mesmo discurso, o então deputado, vejam só, culpou a Igreja Católica — “uma das grandes responsáveis pela miséria que grassa em nosso meio” — pelo aumento desordenado da população.
Em 2009, o ídolo peruano de Bolsonaro foi condenado a 25 anos de cadeia por corrupção e por comandar dois massacres contra civis, usados como justificativa para combater o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso. Fujimori se utilizava de esquadrões paramilitares — você pode chamar de milícias se quiser — para executar homicídios e sequestros. Esse é o homem que Bolsonaro considerava “digno” e que fez um “excelente governo”.
CORONEL BRILHANTE USTRA
O torturador Ustra talvez seja uma das grandes referências políticas do presidente da República. Não é à toa que o livro de memórias do coronel seja sua leitura de cabeceira. Ustra foi o líder das torturas durante o regime militar e o único torturador condenado pela Justiça. No período em que ficou à frente do DOI-CODI, órgão de repressão onde ficavam os presos políticos, 50 pessoas que estavam sob a custódia do Estado foram assassinadas.
Ele se destacava pelo sadismo e pela crueldade. Espancou grávida e torturou uma mãe na frente dos seus filhos. O vereador Gilberto Natalini (PV-SP) tinha 19 anos quando foi torturado pelo herói de Bolsonaro: “Enquanto me dava choques, Ustra me batia com cipó e gritava”.
A ex-presidente Dilma Rousseff também foi torturada por Ustra quando tinha 19 anos. Com muito sadismo, Bolsonaro o homenageou no famoso voto a favor do impeachment da ex-presidente: “o pavor de Dilma Rousseff”.
CORONEL LÍCIO AUGUSTO RIBEIRO MACIEL
Em 2012, o Ministério Público Federal moveu ação civil pública contra o coronel da reserva por prisão ilícita, tortura e homicídio de quatro militantes do Movimento de Libertação Popular (Molipo), que combatia a ditadura militar no Tocantins.
Lício se orgulha de ter comandado o fim da guerrilha do Araguaia e prendido o José Genoíno, seu principal líder, que afirma ter sido torturado durante meses após a prisão.
Em 2005, quando Genoíno foi prestar depoimento na CPI do Mensalão, Bolsonaro mais uma vez demonstrou o sadismo típico dos seus heróis: levou Lício no plenário para acompanhar o depoimento. Políticos de todos os partidos se revoltaram com a presença do coronel, mas Bolsonaro não se intimidou: “Ele é meu convidado, eu paguei a passagem de avião dele. É um direito meu.”
GRUPOS DE EXTERMÍNIO E MILÍCIAS
Em 2003, grupos de extermínio aterrorizavam a Bahia. Comandados em sua maioria por policiais e ex-policiais civis e militares, os grupos assassinaram centenas de jovens negros de periferia por supostamente terem cometidos crimes. Bolsonaro subiu ao plenário da Câmara e fez uma defesa apaixonada dos criminosos:
“Quero dizer aos companheiros da Bahia — há pouco ouvi um Parlamentar criticar os grupos de extermínio — que enquanto o estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o crime de extermínio, no meu entender, será muito bem-vindo. Se não houver espaço para ele na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro. Se depender de mim, terão todo o meu apoio, porque no meu estado só as pessoas inocentes são dizimadas. Na Bahia, pelas informações que tenho — lógico que são grupos ilegais —, a marginalidade tem decrescido. Meus parabéns”!
Em 2008, na CPI das Milícias, que pediu o indiciamento de 266 pessoas suspeitas de ligação com grupos paramilitares no Rio, Bolsonaro novamente saiu em defesa da bandidagem:
“Querem atacar o miliciano, que passou a ser o símbolo da maldade e pior do que os traficantes. Existe miliciano que não tem nada a ver com ‘gatonet’, com venda de gás. Como ele ganha R$ 850 por mês, que é quanto ganha um soldado da PM ou do bombeiro, e tem a sua própria arma, ele organiza a segurança na sua comunidade.”
Torturadores, homicidas, sequestradores, estupradores, corruptos e pedófilos. Os heróis do presidente da República não morreram de overdose, mas o inspiraram usando o estado para cometer os crimes mais odiosos, sempre em nome do bem.
Não muito diferentes dos que inspiram, até hoje, as esquerdas: Fidel, Mauro, Stalin. Mao, etc etc etc ...
ResponderExcluirSejamos coerentes ...
ps: Não sou Bolsonarista e nem votei nele.
Obrigado por teu comentário, antes de tudo, mas caso ainda não tenha ficado claro para ti, eu te esclareço sem problemas: se há quem se inspira nessa gente citada por ti, e sei que há, eu não tenho absolutamente nada a ver com essas pessoas. Independente de quem é ou foi de esquerda ou de direita, não gosto de ditadores, ao contrário do Bolsonaro que critica muito o Maduro, por exemplo, mas adora exaltar esses monstros de direita, claro. Sejamos coerentes, sim, e por isso mesmo não esqueçamos que somos brasileiros e é aqui no Brasil que estamos vivendo, não na Venezuela ou em Cuba, e nosso atual presidente é o Bolsonaro. Como eu sempre digo, o ódio que algumas pessoas têm de tudo que se relaciona à esquerda não deve, ou não deveria (porque infelizmente muitas vezes acontece), deixá-las cegas sobre o presente, e o presente, em se tratando de presidência do nosso país, é feito de Bolsonaro (e sua mediocridade, ignorância e imensa estupidez). Fazer determinadas generalizações sobre a esquerda ou a direita é burrice, achar que todos são iguais por se posicionarem de um lado ou de outro, minhas críticas são especificamente em relação ao atual presidente do país em que vivo, e enquanto ele for presidente eu terei críticas para fazer sobre ele, inclusive aqui neste blog, pois como afirmou um site australiano e eu concordo, ele é o político mais repulsivo do mundo. Mas afirmo mais: ele é, na minha opinião, a síntese de tudo aquilo que pode haver de pior em um ser humano, e um exemplo, apenas um dentre tantos, dentre milhares, é ele em um discurso citar um ditador pedófilo como bom exemplo e logo em seguida citar um versículo da Bíblia, nada mais hipócrita e repulsivo do que isso. Um FORA bem grande para Boçalnaro!
ExcluirFoste brilhante no teu texto, bem explicado e trazido.
ResponderExcluirEu não me surpreendo com nada de errado que ele fale ou pense.
Vou ter que dizer aquele chavão: EU JÁ SABIA!!!
Se ao invés de ficar falando e fazendo bobagens e não tendo limites sobre os filhos e suas babaquices, ele governasse, fizesse o que prometeu ao povo que nele acreditou, seria melhor. Mas... Não vejo NADICA DE NADA! Ele descarrega ódio a casa frase...
abraços. tudo de bom,chica
Sim, eu também gostei muito do texto do João Filho. E eu também não me surpreendo mais com nada que o boçal diga, afinal ele já disse tanta merda, mas considero importante não se "acostumar" com isso, não "normalizar" esse comportamento e essas atitudes, pois às vezes pode ser através disso, de um inconformismo nosso, que conseguimos, por que não?, abrir mais os olhos de alguém que esteja precisando enxergar além. Obrigado por teu comentário, Chica, tudo de bom e um abraço para ti também.
ExcluirFiquei nervosa só de ler o título!
ResponderExcluirHorríveis alguns acontecimentos relatados no texto!
ExcluirBoa noite, Ulisses!
ResponderExcluirUma luz para os que estão na penumbra ou numa total escuridão .
Bolsonaro em nada está me surpreendendo. Contrariando o que disse nossa amiga comum, a chica, ele não devia governar como prometeu porque como eu disse está cumprindo e muito bem. Com relação a liberação das armas e atacar a educação e a saúde está se saindo muito bem. O que falta é ele combater a corrupção começando dentro da própria família. Falo sobre Queiróz e os milicianos que ele apoia... cara, nós estamos fudidos, décadas de retrocesso. Vou te dar um conselho como dou às minhas filhas: sai fora desse assunto, Ulisses. Tenho 64 anos e conheço muito bem esse filme. Não confie em qualquer pessoa.
Prossiga com os poemas, fale através deles...
Abraços
Oi, Sandra! O que eu escrevi para a Chica serve um pouco também para comentar o teu comentário! Eu te agradeço muito por tuas palavras, muito obrigado, mas não vou seguir esse teu conselho! Entendo perfeitamente o que queres me dizer, sei que evitar determinados assuntos é evitar trazer determinadas energias não muito positivas para as nossas vidas, mas desde que eu pensei em criar este blog eu nunca pensei em compartilhar apenas meus poemas por aqui, e eu tenho, como tu, diversos interesses, inclusive a arte e a poesia, para mim, não são dissociadas da política. Custe o que custar, até mesmo minha própria cabeça, se preciso for, hehe, minhas ideias, ou aquelas pelas quais me sinto representado, estarão aqui, não vejo sentido nem necessidade de estar aqui se não for dessa maneira, sendo fiel ao que eu acredito, ao que julgo que vale a pena ser escrito. Abraços!
ExcluirQué estremecedor tu texto.
ResponderExcluirNo se puede esperar nada bueno de quien admira personajes así.
Mucha fuerza y suerte para tu país.
Beijos
Yo pienso exactamente la misma cosa, Alís, no se puede esperar nada bueno de quien admira personajes así. Muchas gracias por tu comentario, siempre es un placer verte por aquí, beijos!
ExcluirInteresante y muy bien redactado texto....saludos amigo
ResponderExcluirMuchas gracias, Sandra, espero que las cosas estén bien contigo, ¡saludos!
Excluir"Sempre em nome do bem", como diz o texto, essa gente que é capaz de tudo, qualquer coisa, em nome do "bem", gente que adora falar do Maduro, mas desconversa quando o "mito" Bolsonaro exalta esses outros personagens bizarros da história do continente americano, inclusive o Trump, gente que parece não conseguir fazer críticas ao atual presidente do Brasil porque está mais preocupada com o passado, com o Lula, que está preso e mesmo assim parece que não se satisfazem com isso, ou com a Dilma, que foi chutada do governo, com a esquerda que não está na presidência nesse momento.
ResponderExcluirStroessner foi um monstro e Bolsonaro sabe exatamente quem esse monstro foi, ele não cita o ditador paraguaio por ignorância, ele cita porque é farinha do mesmo saco. Eu vi o trecho do discurso, ele cita o ditador paraguaio como uma homenagem e logo depois cita a Bíblia, haja cara de pau! Haja hipocrisia!! Gostei muito do texto, obrigado por compartilhar, Ulisses! Abraços!!
Eu não precisaria escrever mais nada depois desse teu comentário, Fábio, e apenas assinar embaixo, mas fiquei inspirado e acrescento: gente do "bem" que gosta muito de falar contra o aborto, mas celebra a morte de uma criança apenas porque ela é neta do Lula, gente do "bem" que gosta muito de falar contra o aborto, mas que muitas vezes está cagando para seres vivos que estão fora de uma barriga, gente do "bem" que nega a existência do racismo, da homofobia, do machismo, gente do "bem" que não está nem aí para isso, gente do "bem" que cita Deus o tempo todo, frases da Bíblia e ao mesmo tempo desconsidera as tantas e tantas barbaridades que já aconteceram e ainda acontecem com tantas e tantas pessoas ao redor do mundo, gente do "bem" que desconsidera as imensas estupidezes ditas por gente como a ministra da goiabeira, gente do "bem" que desconsidera a imparcialidade de um juiz que em uma hora diz uma coisa e em outra hora diz outra totalmente oposta sobre o mesmo assunto, gente do "bem" que admira quem vende até a alma em troca de poder, gente do "bem" para quem Deus é o dinheiro, na verdade, gente que é capaz de qualquer coisa por ele, gente do "bem" que se importa apenas em nutrir a flor do próprio umbigo. Boçalnaro é uma síntese de tudo isso, um espelho onde muita gente se enxerga. Muito obrigado por teu comentário, Fábio! Abraços!
ExcluirSIM! Disse TUDO, Ulisses! Tá cheio dessa gente do "bem" por aí. E o Boçalnaro compartilhando aquele vídeo no Twitter pra criticar o Carnaval?? Na verdade ele compartilhou aquele vídeo numa tentativa de revidar as críticas que ele tava recebendo de alguns blocos durante o Carnaval. É o presidente que só sabe se comunicar através das redes sociais, já que ele foge de debates e entrevistas porque é BURRO e não sabe nem sequer falar. Com TANTA coisa mais importante acontecendo no país pra ele se preocupar, fica compartilhando esse tipo de material em rede social... E ele perguntando no Twitter o que é "golden shower"?? Rsrsrsrsrsrs. Pra ele e pra família, pros filhotes mimados dele, "golden shower" é chuva de ouro mesmo, de lavagem de dinheiro!
ExcluirRsrsrsrsrs. "Golden shower". Ele tá é precisando de uma chuva de merda na cara mesmo! rs. Exatamente, Fábio, com TANTA coisa mais importante para um presidente fazer por seu país, ele está é preocupado em usar as redes sociais para revidar críticas e compartilhar material impróprio, agindo sempre em nome dos "bons costumes", o pai de família e cidadão de "bem" que usava o dinheiro do auxílio-moradia para "comer gente" e que já admitiu dando risada que gostava de "comer bicho" também, um grande exemplo, claro, de verdadeiro cristão!
ExcluirSim, MUITO do "BEM"!! rsrs
ExcluirUma equipa de "peso" para minha tristeza, aproveito para desejar a continuação de uma boa semana.
ResponderExcluirAndarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Uma "equipa" de muita ignorância, estupidez e crueldade. Obrigado, Francisco, para ti também.
ExcluirA politica por aí está mais calma?
ResponderExcluirNão, mas se quiseres ajudar, podes vir aqui! Talvez as coisas se acalmem mais. É preciso mais gente inteligente e de mente bem aberta.
ExcluirConcordo com a Alís, não se pode esperar nada de bom de alguém que admira esses personagens bizarros da nossa história, que os cita sempre como exemplos de grandes seres humanos, de políticos, tudo farinha do mesmo saco, como escreveu o Fábio. Eu ainda tento compreender como um homem como esse conseguiu tanto apoio popular a ponto de se tornar presidente do Brasil. Obrigada por compartilhar o texto, Ulisses. E siga assim, pois como disse o Martin Luther King, "quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele". Beijos.
ResponderExcluirEu também às vezes ainda penso sobre isso, Maria, em como esse homem conseguiu ter tanto apoio popular a ponto de se tornar presidente, algo que, um tempo atrás, parecia uma piada (continua sendo, na verdade). Que orgulho eu sinto daquela grande parte do Nordeste, por exemplo, que não se rendeu a esse homem. Essa frase do Luther King é ótima, eu penso exatamente assim. Obrigado por teu comentário, beijos.
ExcluirOlá, Ulisses!
ResponderExcluirLi o texto de João Filho, "de fio a pavio", e algumas "coisas" desconhecia, até. A ser verdade, fico de "queixo caído" e não sou do "bem"-RISOS. O que me "consola" no meio de tudo isto, é k a História nunca se repete para esquerdas, direitas, centros, diagonais, perpendiculares e transversais -rs nos mesmos moldes, pode ser até pior, mas nunca igual.
Qto a Bolsonaro (acho piada à maneira como escreves Bolsonaro, mas eu entendo), eu não sou brasileira, mas sou cidadã do mundo, e portanto sei aquilo que tu e outras pessoas brasileiras me dizem e o k os órgãos de comunicação social vão passando, por vezes informação antagónica. Recebo versões opostas de uns e de outros e vou pensando, vou construindo o meu puzzle, como calculas. Para te falar verdade, há "peças", que, por vezes, custam a se encaixar.
Bolsonaro há mto que está na política "passiva". Ele foi, é e será um militar, com imensa dificuldade de expressão oral e suponho de escrita, também, com péssima dição, mas essas realidades não fariam manchete, não seriam apontadas como defeitos, caso ele tivesse dois dedos de testa, como se diz por cá. Sendo ele de extrema-direita, foi assim que se apresentou aos brasileiros, e com uma série de medidas para alguns assustadoras, terríveis, para outros excelentes e "abençoadas" (ai, que isto, o emprego deste adjetivo, já é influência da gente do "bem" -rs) nada tem feito até aqui de visível, de palpável, pelo menos que eu note, mesmo estando longe.
Já tens arma? É que ele ia "armar" o povo, disse, afirmou em campanha eleitoral. Os assaltos já diminuíram (eu sei k teu país é um gigante, eu sei, mas...)? A situação nas prisões? A situação económica e social do povo, sobretudo dos mais carenciados? Tanta coisa a fazer por aí!
Conheces a minha ideologia política e, francamente, pensei que ele fosse capaz de fazer algo de bom pelo teu país, mas sinto tudo na mesma. Houve carnaval até estoirar e no Rio terminou como tu sabes.
Se com o passar do tempo, ele der uma reviravolta, respeitando culturas e pessoas, tudo certo. Afinal, ele está no poder, pke foi democraticamente eleito, e disso ninguém tem dúvida, acho eu.
Tenho novo post no meu blog, que também é de teor político, mas onde as opiniões são bem opostas entre os comentaristas e há mesmo quem não comentasse ainda com receio de ferir minhas suscetibilidades. Todos se podem exprimir em liberdade, desde que haja respeito pela liberdade do outro. Estás convidado. Aceitas?
Beijos e resto de boa semana.
Oi, Céu, que bom saber que leste o texto "de cabo a rabo", pois embora eu tenha compartilhado o texto aqui para todos que quisessem ler, é claro, inclusive os que visitam este blog sem deixar comentários, eu fico satisfeito principalmente é de saber que pessoas como tu leram o texto, que talvez precisem, para possivelmente rever determinados conceitos, de mais dessas informações sobre o Boçalnaro (sim, faço questão de chamá-lo dessa forma, a palavra boçal se encaixa perfeitamente, no sobrenome e na personalidade). É de ficar de queixo caído mesmo, e só não fica de queixo caído quem não tem sensibilidade dentro de si, quem está mais preocupado com polarizações, pois é um horror o que faziam esses políticos homenageados pelo Boçalnaro. Já sabes muito bem o que penso sobre ele, não é novidade para qualquer pessoa que me conhece através deste espaço ou fora daqui. Não acho que seja vantajoso, no meu caso, ter arma, especialmente aqui onde moro atualmente, que é uma cidade ainda relativamente tranquila, diferente da capital e de outras capitais. Sim, Boçalnaro tem péssima dicção, mas o problema não é exatamente como ele fala (embora o tom seja quase sempre grosseiro), é o que ele fala. Embora ele tenha tomado posse há apenas três meses, quase, já é possível ter uma boa ideia do que está por vir, aumentou muito o desmatamento na Amazônia, por exemplo, e eu sinceramente não consigo esperar nada de bom que venha dele. As pessoas que votaram no Boçalnaro (e ele próprio) falavam muito a palavra corrupção, entretanto agora, como faz o Moro, inclusive, essas pessoas em geral desconversam quando o assunto é o envolvimento da família Boçalnaro e de ministros em casos de corrupção. Sim, ele foi democraticamente eleito, claro, assim como a Dilma (que não fez um bom governo, principalmente no segundo mandato) também foi, mas foi tirada do governo por uma cambada de corruptos e idiotas naquele circo de horrores do qual Boçalnaro, inclusive, fez parte como um dos principais personagens tragicômicos, especialmente ao dedicar seu voto ao Brilhante Ustra, aquele que torturava pessoas na época da ditadura e que Boçalnaro admira muito, como ele admira também o ditador pedófilo do Paraguai (Boçalnaro tem uma queda por torturadores). Ele está há três décadas na política e não fez nada de relevante durante todo esse tempo, uma pessoa de ideias extremamente mofadas, retrógradas, um hipócrita que fala muito em nome de Deus, mas desperta a intolerância e o ódio entre as pessoas, alguém completamente despreparado para ser presidente. Por tudo isso e muito mais, penso que: das duas, uma: quem gosta do Boçalnaro, quem o admira, ou é gente que infelizmente está ignorante sobre o que ele de fato é e representa, ou, o que é pior, é gente que pensa exatamente como ele e, na verdade, pensa apenas no próprio umbigo. Sim, aceito teu convite, claro, vou passar lá depois e comentar. Obrigado por teu comentário, beijos e resto de boa semana para ti também.
ExcluirBolsonaro nem pode ser comparado com a Dilma, porque embora ela realmente não tenha feito um bom governo, pelo menos ela não agia como um adolescente birrento como ele, que não aguenta as críticas e pra revidar vai pro Twitter compartilhar pornografia querendo generalizar o Carnaval, uma atitude completamente imatura e estúpida, ainda mais sendo agora presidente. A Dilma aguentou no peito durante anos todo tipo de ataques, de críticas, de machismo e nunca agiu dessa maneira infantil, independente dos erros que cometeu, foi uma mulher forte e que teve pelo menos a sensatez de saber ouvir críticas sem revidar com grosseria e falta de educação.
ExcluirAssino embaixo! :)
ExcluirA mí me produce una sensación de inmoralidad engañar al pueblo para su propio beneficio,que deetsto este comportamioento.
ResponderExcluirUn político que quiere "salvar"al pueblo,no puede ir a favor de asesinos,traidores o dictadores.
TAmpoco dejarles morir de hambre y de enfermedad
Perdona,yo ya no creo en ellos
Ojalá se solucionen los problemas para bien de la humanidad
Besucos
Gó
"Un político que quiere 'salvar' al pueblo, no puede ir a favor de asesinos, traidores o dictadores", exactamente, Gó. Yo tampoco creo en ellos, en casi ninguno, son raras las excepciones. Muchas gracias por tu comentario, Gó, besos.
ExcluirParabéns pelo post tão esclarecedor, sem opinião própria e polarização. Interessante conhecer os líderes que inspiraram o nosso presidente.
ResponderExcluirBom restante de semana!
Jovem Jornalista
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Voltamos do hiatus com bons conteúdos.
Até mais, Emerson Garcia
É de fato um texto bem esclarecedor, que não se presta apenas a expor opiniões, mas fatos mesmo, a realidade. Obrigado por teu comentário!
ExcluirEis um verdadeiro teste de sangue e fogo,
ResponderExcluirpara vê se afinal ainda existe a tão aclamada
liberdade de expressão... Me arrepio!
Liberdade de expressão com responsabilidade pelo que foi expressado, seja lá o que for, arcando com as consequências!
ExcluirNão sou brasileira, não vivo ai, mas temo e choca-me a ditadura que está alastrando por esse mundo fora.
ResponderExcluirPaíses nas mãos de fascistas idiotas é pólvora a rebentar a qualquer momento.
Tens o olhar atento para o mundo inteiro, é o que importa. Sim, Magui, é pólvora!
ExcluirInfelizmente... ditadores também são eleitos em processo democrático... eu só me pergunto, como é que o povo, vai atrás... e não pensa, nos perigos de uma pessoa assim, com tanto poder nas mãos... ser eleita... e começar a subverter o processo democrático...
ResponderExcluirNão me surpreendi com nada do que fui lendo, infelizmente... apenas veio confirmar, os meus receios... do que por aí virá...
Beijinho! Votos de um feliz fim de semana!
Ana
Eu também me pergunto, Ana, e além dessa eu me faço várias outras perguntas em relação a tudo isso, coisas difíceis de compreender (embora às vezes facilmente explicáveis), a impressão que dá é essa: quanto pior for o sujeito, às vezes mais parece haver quem o admira, como se fazer e dizer as piores barbaridades fosse motivo para alguém ser adorado, e não o contrário disso. Muitas dessas pessoas que apóiam gente como ele são pessoas que nutrem ódio por outras pessoas, partidos, e aí muitas vezes acabam cegas e apoiando esses tipos boçais, bizarros. Obrigado, Ana, bom fim de semana para ti também, beijo!
ExcluirCom um presidente a defender valores inimagináveis em pleno século XXI, o mais natural seria que se instalasse uma ditadura ao fim de alguns meses. Mas o Bolsonaro, apesar de saber o que quer, não tem competência para o efeito (os ditadores são sempre competentes, mas nem todos os competentes são ditadores...). Então, o mais natural, será o de sair de rabo entre as pernas no final do mandato e apedrejado (em sentido figurado) pela maioria do povo brasileiro.
ResponderExcluirExcelente análise, caro amigo, gostei da sua crónica.
Caro Ulisses, um bom fim de semana.
Abraço.
Ele não tem competência para nada, Jaime, a não ser gerar o ódio e a intolerância entre as pessoas, fazer e dizer muita besteira, equivocar-se. É muito recente ainda, apesar de que, mesmo ainda em tão pouco, já é possível fazer um panorama desse governo com muitos exemplos negativos. Muito obrigado por teu comentário, bom fim de semana e outro abraço!
ExcluirOs heróis dele dizem muito sobre o tipo de pessoa que é! E infelizmente agora está à frente desse grande país que é o Brasil. :(
ResponderExcluir--
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Exatamente, Inês!
ExcluirO último parágrafo da crónica sintetiza tudo o que foi desenvolvido ao longo da mesma. "Diz-me com que andas e dir-te-ei quem és! "
ResponderExcluirMuitos se questionam sobre como se votou num homem destes.... . Não se esqueçam do tremendo sucesso das redes sociais. O Bolsonaro foi por aí. O caminho mais fácil para enganar.
Se observarem , há vídeos a circularem nas tais redes, sem conteúdo, baixo nível, feios, sem lógica, puro lixo, mas são os mais vistos e aplaudidos. Faz sentido? Não! Que é isto? Isto é o efeito de manada. O ser humano no seu pior, estúpido como nunca. As redes sociais têm esse poder, até pela rapidez com que um videozinho vilão voa de um lado para o outro do mundo. E a linguagem utilizada pelos utentes das redes?! Autênticas sanitas! Gente provinciana. Calhaus com olhos!Admiram-se de haver um Bolsonaro no governo? E digo mais, Esta gente quer sangue, quer guerra, quer brutidade, quer estupidez. A Igreja em nome de Deus, não queimou inocentes na
fogueira e outras aberrações que já vamos sabendo, mais aquelas que desconhecemos?!
E a pedofilia? Os extremismos da Europa estão a erguer-se. Toda a gente sabe o perigo que a humanidade corre. Basta um louco apertar um botão e a " coisa" vai ficar muito feia.
Parabéns, amigo Ulisses pela coragem! Quem cala, consente! E quanto mais consente, mais o agente maligno avança e ganha terreno.
Abraço
Sim, o último parágrafo sintetiza o conteúdo do restante do texto. "Efeito de manada", isso é exatamente como eu penso, boa expressão para descrever o que acontece, o que tem acontecido, dentro e fora das redes sociais, mas muito por influência delas, das palavras nocivas que tantos compartilham e outros tantos absorvem. Obrigado por teu comentário, abraços!
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