(da sacada do quarto)
A moeda do Acaso
cai tão fundo
no Poço dos Destinos
que vivemos descolados
do viver do outro,
como num contrato de comportamento.
O milagre do viver nos entorpece.
Então a notícia da doença de um amigo,
o convite para a missa de um outro,
um susto, um alarme, uma suspeita
nos vareja no rosto uma aragem de morte.
Às vezes choramos,
ficamos desorientados
mas abrimos os olhos,
levantamos os ombros e seguimos em frente.
A gente é assim.
Como não guardo a esperança
de um encontro feliz
ao final das eras,
valorizo o tempo do aconchego,
abraço, beijo, conforto, aceito, sirvo.
Armo como posso a teia do afeto,
enquanto estamos perto
enquanto estamos vivos.
Abel Silva
"O poço". in: Fôlego. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2018.
Uma boa reflexão neste poço dos desejos. Que aprendamos a viver o presente aproveitando cada uma das oportunidade que aparecem em nossa frente. Parabéns pelo blog abraços
ResponderExcluir¿Habrá modo de estar vivos si no podemos estar cerca? Lo único que parece estar cerca en estos tiempos es el miedo...
ResponderExcluirBeijos
Sentido poema. Estamos vivos y eso es lo importante, vivamos este presente. Saludos amigo. Por aca todos bien a pesar de todo este caos..
ResponderExcluirQue maravilha de poesia e com certeza,temos que viver bem ,do melhor modo os dia de hoje, sem esperar pelo amanhã... Muito legal o teu céu! Adorei! Li nos teus comentários e tive que rir: falas que gosta das árvores e tens uma no nome...Verdade! E uma árvore bem forte, o carvalo! abração, linda semana,chica
ResponderExcluirO poema é lindo, Ulisses. Você tem que viver o momento, o presente.
ResponderExcluirVocê tem sorte de ter uma vista tão bonita da sua varanda. Bonita foto.
Um abraço
"Então a notícia da doença de um amigo,
ResponderExcluiro convite para a missa de um outro,
um susto, um alarme, uma suspeita
nos vareja no rosto uma aragem de morte."
Abel Silva fez um excelente poema sobre os dias que correm. Não podemos perder a esperança. Cada dia á para acreditar na vida.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Así andamos, más o menos todos. Así sentimos.
ResponderExcluirY ese final del poema, magnífico.
Abrazo.
Lovely poem :-D
ResponderExcluirCercano, próximo al dolor, a las ausenscias, al zar que son estos tiempos. Un abrazo. Carlos
ResponderExcluirQue poema tão sentido!
ResponderExcluir"Às vezes choramos,
ResponderExcluirficamos desorientados
mas abrimos os olhos,
levantamos os ombros e seguimos em frente.
A gente é assim."
Amemos, enquanto cá andamos. Só o Amor nos aconchega a alma.
Beijinhos.
Olá, Ulisses
ResponderExcluirPoema muito expressivo que nos diz coisas que sentimos
e outras que nos preocupam. É importante sim viver o
dia de hoje, mostrando aos que amamos que deveras
importam na nossa vida. Deixar para depois pode ser
tarde.
Abraço
Olinda
Bom dia, Ulisses
ResponderExcluirLindo poema. Como é gratificante valorizar o tempo do aconchego. Um forte abraço.
Maravilloso ❤
ResponderExcluirMaravilhoso!! É assim , num piscar de olhos chegamos ao fim, carece de vivermos o melhor possível neste espaço que ocupamos temporariamente.
ResponderExcluirAbração, Ulisses!
E assim deve ser. Agradecer o que temos enquanto o Acaso não nos atinge.
ResponderExcluirAdorei a profundidade do poema, obrigada pela partilha.
Beijinho e saúde
Fê
Hermoso poema, hay que vivir cada minuto
ResponderExcluirque respiramos mi amigo.
Besitos dulces
Siby
E atingidos pelo acaso... nem nos abraços e beijos, no momento, nos podemos permitir ainda a algum consolo... pois eles podem ainda traçar caminhos de mais algum infeliz acaso, a outro alguém... esta é a parte cruel de uma pandemia... que não se compadece com outras dores desta vida...
ResponderExcluirUm belíssimo poema que de alguma forma, traça uma parte dos sentimentos que nos percorrem nesta aflitiva fase que todos atravessamos...
Belíssima partilha, Ulisses! Desculpa o atraso, em passar neste teu cantinho... mas por aqui, as coisas no nosso país, estão indo de mal a pior... e cuidados devem ser redobrados e triplicados aqui por casa... pelo que o meu tempo... evapora-se também com eles...
Beijinhos! Fazendo votos de que estejas bem, assim como todos os teus!
Ana
Olá caro amigo Ulisses!
ResponderExcluirUm poema dotado de uma grande sensibilidade!
Grata pela linda partilha!
Um abracinho de luz!
Megy Maia😗🌞😗
Oi Ulisses,
ResponderExcluirSó posso dizer muito lindo!
Obrigada por sua presença lá na casa.
Boa entrada de mês de fevereiro.
Até ser dia
ResponderExcluirna boca das sementes
Hola Ulisses, me gustó mucho.
ResponderExcluirPrimero lo leí en portugués para sentir los sonidos, el ritmo. Luego en español, y de nuevo por última vez en portugués.
Excelente foto
Abrazos, espero andes bien
Have a good day ❤
ResponderExcluirGostei muito da leitura deste blogue, :)
ResponderExcluirBeijo e uma excelente tarde! :)
Esse poema profundo ganha ainda mais sentido acompanhado da tua fotografia, que é linda também. Aliás, eu já disse pra você algumas vezes o quanto gosto dessas imagens que você faz da sacada do seu quarto, que céu é esse?? E essas árvores mais escuras em contraste com o colorido do céu... Lindo!!
ResponderExcluirMagnífico!
ResponderExcluirViver é agora.
Beijos, caro amigo Ulisses.