Wilson Torres Nanini: "social"
às vezes, bem no meio da meia-
noite doce e bárbara do orgasmo,
pousa, sem cheiro, sem canto,
uma ave negra no âmago
: atravessa-me o cerne uma
lembrança canhota,
que me põe poeta
e, então, me ocupo
de toda ausência e dor do mundo
às vezes, em meio à meia-
febre álacre e explosiva da festa
– vaidade das vaidades –
fico sem nudez, sem riso,
e um silêncio pétreo feito de
cânticos endurecidos me grita
áfricas e nordestes,
orfanatos e asilos
: uma vontade como a de uma
serra leoa de devorar os eua
e a de uma capelinha de roça
de engolir catedrais vaticanas
(imagem: Kevin Carter)
Quanta intensidade! Gostei imenso do poema
ResponderExcluirr: Na Netflix também não vejo, porque não tenho, mas vou aproveitando as que passam em canal aberto.
Muito obrigada *-*
La imagen me deprime....es horrible esta realidad...... tus letras lloran verdades....saludos
ResponderExcluirEu gostei tanto, consegui visualizar cada verso <3
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