26 de setembro de 2018

ressignificância

quando, desbragadamente,
tu desprendias palavras
das pontas dos dedos,
quando, em qualquer tom,
a tua língua solta, ácida
- chama ardendo
acesa apascentando
teus demônios -,
rasgava o verbo, os recatos,
teu corpo inteiro transparente,
a cabeça e tuas extremidades
revelavam tudo o que hoje,
aparentemente protegido
sob uma armadura qualquer,
segue em guerra dentro de ti
(falava mais que o homi da cobra,
agora silêncio é escudo)

4 comentários:

  1. Magnífico poema, parabéns.
    Caro Ulisses, continuação de boa semana.
    Abraço.

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  2. Esas guerras internas nos agobían y a veces también nos liberan

    Paz

    Isaac

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  3. Saber controlar os demónios é uma arte, aliás, um muro que deveríamos escalar com persistência.

    Abraço

    Olinda

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  4. Grato por me dar a conhecer o seu blog.
    gostei muito do poema e do texto aí em cima
    há aqui muito talento!

    abraço

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