17 de setembro de 2018

rumo

não bordo com lantejoulas
as pontas dos meus pés
não penduro constelações
nas minhas extremidades
para continuar a viagem
nesta esfera rutilante
(rotunda a girar)
sob minha carne fraca
não bebo da água
de um deus do céu
nem apascento demônios
à luz dos raios das manhãs
só carrego mais ao fundo
a poeira das sujeiras
dos submundos das bagagens.

6 comentários:

  1. Ulisses, seus versos são ao mesmo tempo serenos e intensos, delicados e selvagens. É uma poesia tão viva e sinestésica essa que a sua alma abriga. A sensação que eu tenho, ao ler esses poemas, é que o autor não é desse mundo. Que pessoa rica de sentimentos é você! Que sorte a minha poder te ler...

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    1. Que sorte é a minha de poder ser lido por ti, Andreia. É gratificante te ver por aqui, ainda mais me escrevendo essas palavras, muito obrigado.

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  2. Caro Ulisses, gostei muito da sua poesia.
    Parabéns pelo talento.
    E obrigado pela sua visita e comentário no meu blogue.
    Um abraço.

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    1. Obrigado pelo seu comentário e visita por aqui também, Jaime, outro abraço.

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  3. Interessante, rítmico, por alguma razão secreta visualizei aqui Ney Matogrosso....

    Deixo também o meu abraço.

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    1. Interessante essa tua visualização (talvez seja porque eu usei a palavra lantejoulas no início do poema, hehe), e embora eu não ouça tanto, gosto muito de muitas das músicas cantadas pelo Ney, especialmente na banda Secos & Molhados. Outro abraço.

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