tentas ver na escuridão,
teto da noite em que te fechas,
espessa de ti mesma
(um bocado teu que treme),
como quando falas com as mãos
em gestos largos (trêmulos),
um jeito de quem nunca sabe
onde deixar que elas repousem.
agora, trancamo-nos no frio
de nossos movimentos quase inertes,
mas ainda existimos
em tudo o que é nosso
e sempre será:
nas palavras perdidas sobre os diários,
nos dias intermináveis,
nas horas cinzas,
nas estórias que penso
ser capaz de escrever, pensamos.
mas o que sei eu da tua vida?
o que sabes tu da minha?
no entanto, escrevemos,
sem medo da queda,
pois que do chão não passamos.
Sobre ser consigo e colocar em palavras o universo particular que está em mim, em ti, em todos. Mas que poucos querem/sabem ver e viver. A sensibilidade pra (d)escrever o imprevisível, o invisível e as vezes até o indizível. Coragem.
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