tentas ver mais que a escuridão, teto da noite em que te fechas, espessa de ti mesma (um bocado teu que treme), como quando falas com as mãos em gestos largos (trêmulos), um jeito de quem nunca sabe onde deixar que elas repousem. agora, trancamo-nos no frio de nossos movimentos quase inertes, mas ainda existimos em tudo o que é nosso e sempre será. nas palavras perdidas sobre os diários, nos dias intermináveis, nas horas cinzas, nas histórias que penso ser capaz de escrever, pensamos. mas o que sei eu da tua vida? o que sabes tu da minha? no entanto, escrevemos, sem medo da queda, pois que do chão não passamos.
(imagem: Diana Bellatrix)
Sobre ser consigo e colocar em palavras o universo particular que está em mim, em ti, em todos. Mas que poucos querem/sabem ver e viver. A sensibilidade pra (d)escrever o imprevisível, o invisível e as vezes até o indizível. Coragem.
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