montanhas de dinheiro, marcas de roupas caras, carrão, o tangível no aumentativo, arroto de caviar, veuve de dom pérignon, alarde de diplomas, nutrição de flor de umbigo em rede social, barrigas chapadas em egos inflados, desfile de riqueza material, qualquer coisa com a qual o capiroto da ganância possa querer nos seduzir em troca das nossas almas, etc. e tal, nada disso me impressiona. impressionante mesmo, para mim, é a Floresta Amazônica, o sol, a lua, é quem mostra também as próprias sombras, quem tem consciência social, a coragem de demonstrar afeto, ser maior do que as invejas e exaltar qualidades de alguém, a existência de anéis em Saturno, a luz da lua sobre o mar, aurora boreal, qualquer tipo de pedra, qualquer rocha de Torres, a Praia da Guarita, da Cal, Machu Picchu no topo de uma montanha, o chão e o céu do Deserto de Atacama, do Saara, do Salar de Uyuni, o lago Titicaca, a branca imensidão da Antártida, da Groenlândia, a chuva, um raio, o voo dos pássaros, o olho de uma coruja, de um lobo, de um peixe, a sobriedade elegante dos gatos, a força e o instinto de coletividade das formigas, das abelhas, a pureza do meu cachorro, dos outros cachorros, qualquer bicho, pois os bichos não precisam de filosofia, banho de loja, sabem a que vieram e não se perguntam de onde e por quê, afinal, como escreveu José Saramago, "o instinto serve melhor aos bichos do que a razão serve aos seres humanos." impressionante, para mim, é quem descobre universos nas miudezas, no ínfimo e no grandioso da natureza, é quem enxerga além do que é palpável.
(curtindo o sol)










































